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Um mês com cheiro de churrasco em terras gaúchas

Atualizado: 4 de jun.



Essa é a série onde eu falo das minhas experiências nas cidades que passei vivendo como nômade. Não é um guia, nem um review, mas um pouco do que fiz no tempo que passei em cada lugar e minhas impressões sobre ele, além algumas dicas de sobrevivência.

Desde o início o planejamento da nossa viagem pelo Brasil a ideia era viajar de norte a sul do país (ou de sul a norte no nosso caso). Partindo desse princípio começaríamos do Rio Grande do Sul e iriamos subindo acompanhando o litoral brasileiro.

Porém, quando comecei a planejar a viagem no segundo semestre de 2024 o Rio Grande do Sul ainda sofria as consequências das enchentes. A água já havia baixado, mas estradas estavam fechadas, pessoas desabrigadas e o estado se recuperava de sua pior catástrofe.

De longe acompanhamos as notícias, a mobilização, as imagens. São Paulo em si é uma cidade que passa por constantes alagamentos, mas nada nem perto da magnitude de todo um estado debaixo d’agua.

Frente a tudo parecia inviável começar a viagem por Porto Alegre, por isso escolhemos Florianópolis como ponto de partida.

Indo para março de 2025, já em Santa Catarina, pelas notícias muita coisa parecia ter melhorado, o objetivo desse mochilão é conhecer o Brasil em sua totalidade, seria uma pena deixar um estado tão culturalmente rico de fora.  Então finalmente decidimos passar o mês de maio conhecendo o Rio Grande do Sul, mês este que completou exatamente um ano das enchentes.

As cidades se recuperaram, em parte, mas o trauma é geral. Praticamente todos pelos quais passamos esse mês comentaram, nos perguntaram onde estávamos durante o ocorrido, contaram histórias de perdas e de superação. É uma memória coletiva geral, que vai perdurar por gerações.

Na superfície as coisas parecem ter voltado ao normal, mas é nos detalhes que se percebe a constante tentativa de recuperar, superar e reconstruir o que foi perdido. Andando pelo centro da cidade é difícil imaginar uma calamidade dessa magnitude. As marcas de onde a água subiu nos prédios supera e muito os meus módicos 1,50m, o museu histórico ainda se encontra fechado, com grande parte de sua coleção destruída, reformas são feitas em vários cantos e pessoas em situação de rua, que perderam o pouco que tinham, vagam pelo centro.

Mas frente a tudo isso o Rio Grande do Sul é um lugar fascinante. Esse mês comentamos muito sobre como “o gaúcho é realmente muito gaúcho”, não digo isso de forma pejorativa nem exagerada, mas na realidade com uma admiração por uma cultura incrivelmente rica.  

Fala-se muito sobre como São Paulo é um lugar multicultural, sendo uma grande cidade isso é verdade, porém acredito que essa diversidade acarrete uma perda identitária. Não existe de verdade uma cultura paulistana, por mais que os jornais tentem forçar isso com reportagens nostálgicas da “São Paulo antiga” ao som de chorinho, nunca se construiu uma identidade coletiva como cidade. Cada bairro vai ter suas características próprias e seus habitantes um senso comum de pertencimento aquele espaço, muitas dessas divisões sendo reforçadas por questões mais econômicas e sociais que culturais propriamente ditas.

Enquanto o que vejo no Rio Grande do Sul é um forte senso identitário. Existe a crença geral que no sul o que impera são as culturas colonizadoras alemãs e italianas principalmente, em parte isso é verdade, mas essas culturas estão presentes da forma mais brasileira possível. O sul é uma mistura sim da cultura europeia, mas também da indígena, açoriana e da gaúcha, assim como todo nosso país.

E aqui, mais do que nunca, eu vejo esse senso tão próprio de pertencimento que se reflete desde os produtos no supermercado com as cores da bandeira, as lojas de roupas e artefatos típicos, aos estabelecimentos temáticos e ao absolutamente onipresente chimarrão. (Inclusive o cheiro de churrasco é real, porque tinham umas três churrascarias na rua do nosso prédio).  

Entendo como para o restante do país isso possa sim se refletir de uma forma arrogante, e não nego que essa característica seja um prato cheio ao fascismo, mas ela em si mesma é maravilhosa. Um povo que abraça e adapta sua cultura de uma forma tão cotidiana, que a atualiza com bebedouros de água quente para o chimarrão nas esquinas, com crianças com roupas típicas nas ruas. Em tempos onde o capitalismo nos empurra uma hegemonia globalizada sem cor, é animador ver lugares que conservam suas raízes dessa forma.

Acredito que até por essa característica a tragédia das enchentes tenha sido ainda mais profunda. Ela não atingiu apenas o material, mas os pilares de um povo como todo.

Eu espero muito que o povo gaúcho se recupere ainda mais forte dessa tragédia, como muitos nos disseram foi horrível o que aconteceu, mas mostrou a enorme força da comunidade em se ajudar em um momento de crise.



postal exposição sob as águas
Postal da exposição Sob as Aguas do fotoclube de Porto Alegre com fotos realizadas durante as enchentes

Mas indo além os percalços nós tivemos um mês incrível conhecendo o Rio Grande do Sul. É óbvio que seria impossível passar por aqui sem se conectar com o que aconteceu, mas ainda assim foi ótimo descobrir e viver o que esse lugar tem para oferecer, então vamos a ele.

Torres

Antes de irmos para Porto Alegre passamos alguns poucos dias na cidade de Torres, litoral divisa com Santa Catarina, já que os próximos meses serão no interior, eu queria me despedir do mar. No tipo de viagem que fazemos, ficar poucos dias em uma cidade, ironicamente, custa bem caro. Pra cada nova estádia alugamos um espaço mensal que equivale a um aluguel comum pelo Airbnb, ficar 4 dias em uma cidade significa pagar 4 diárias normais de hospedagem, o que chega a equivaler a ¼ do nosso orçamento de moradia mensal, mesmo naquelas mais em conta.

Dito isso, ainda assim, Torres valeu incrivelmente a pena.

Nos hospedamos na realidade em Passos de Torres, cidade ao lado que fica em Santa Catarina. Encontrei um Airbnb surreal que fazia divisa com uma área de conservação ambiental na frente da praia e tinha uma torre de observação no quintal. Todos os dias subimos na torre pra tomar café da manhã e tiramos fotos de inúmeros pássaros que viviam nos arredores.

 



Por coincidência no feriado que passamos em Torres aconteceu o Festival Internacional de Balonismo, um evento enorme que reúne pessoas do mundo inteiro. Não sou tão fã de eventos de grande porte, mas esse recomendo a todos que tenham a chance, a beleza dos balões colorindo o céu, o show noturno de balões iluminados e a própria cidade que fica inteira multicolorida durante o evento, é totalmente apaixonante.


Torres é uma das poucas cidades do Brasil que contam com falésias, enormes paredões rochosos a beira mar. O litoral em si é magnifico, no nosso terceiro dia caminhamos até o farol e depois fizemos as trilhas do Parque Estadual da Guarita, ponto reconhecido como Geoparque pela Unesco, esse com estrada gratuita, diferentemente de seu irmão em Praia Grande.

Eu amo a vegetação de altitude que cobria originalmente o litoral sulista, caminhar pelas dunas, rochedos, ver o mar nos paredões e os pássaros cercando tudo é surreal, uma beleza que não é a que imaginamos quando pensamos em natureza brasileira, mas que também faz parte.  

Nesse dia devemos ter andado uns 20km e embora cansativo foi maravilhoso.  Descobrimos por acaso no caminho a padaria Laurinho, ao lado da Renner, por lá comi a melhor esfiha (eu nem sei se posso chamar de esfiha) que já provei, só de escrever esse texto já fiquei com água na boca.



No quarto dia infelizmente deixamos Torres rumo a nossa hospedagem mensal em São Leopoldo, admito que com dor no coração porque a vontade era passar o mês naquelas dunas.

São Leopoldo

Embora o plano inicial fosse ficar em Porto Alegre, o Airbnb nos levou a São Leopoldo, cidade ao lado. Como já mencionei por aqui grande parte dos nossos locais de viagem são decididos pelas acomodações que achamos online.

E aqui devo dizer que o ponto alto do nosso mês foi justamente a hospedagem. Nas minhas pesquisas encontrei um magnifico apartamento no 10° andar de um prédio muito antigo, descrito como “casa de vó” , ele tinha uma vista panorâmica da cidade, cozinha completa, uma decoração riquíssima e móveis de madeira intocados.

Foi amor a primeira vista e quando chegamos ainda era muito melhor que as fotos. O apartamento fica em um dos prédios mais antigos da região e ele é enorme, enorme, até mesmo em comparação com a maioria das casas que já entrei, sala, cozinha, sala de jantar, lavanderia, depósito, três quartos etc. Viajando a maioria das vezes ficamos em lugares feitos como hospedagem que são no mínimo impessoais, porém aqui era realmente casa de uma senhora que atualmente mora em um retiro e foi incrivelmente acolhedor passar esse mês em um lugar real, cheio de memórias, fizemos de tudo pra cuidar e respeitar esse espaço enquanto estivemos nele.

Inclusive, por mais que o outono tenha trazido o frio pro sul, também trouxe alguns dos pores-do-sol mais lindos que já vi na vida.     

Falando de São Leopoldo, atualmente é mais uma cidade dormitório, sem tantos atrativos próprios. O prédio que ficamos é em uma área central da cidade, com diversas ruas voltadas pra comércio varejista, porém diversas fachadas de lojas como Pernambucanas denunciam que o centro antigamente era repleto de cinemas, clubes e teatros, o que me leva a imaginar que deveria ser um lugar bonito e culturalmente rico.

Também no centro visitamos o Museu Histórico de São Leopoldo, que reúne objetos relacionados a imigração alemã para a região. O museu em si é muito completo, ele foi bastante afetado pela cheia, o rio dos sinos passa próximo e parte da coleção se perdeu, mas atualmente grande parte foi recuperada e ele se encontra em pleno funcionamento.

Porém, infelizmente preciso ressaltar que por mais bonitos que sejam os artefatos históricos o museu falha em conscientizar estes artefatos frente ao genocídio indígena e escravidão, preferindo uma narrativa de guerra de colonos frente a “selvagens” por terras e embora a coleção conte com algumas peças indígenas muito interessantes, elas são ofuscadas pela insistência nessa narrativa ultrapassada. A coleção é muito boa, mas espero que o museu se atualize em suas práticas.


Meu eu designer ficou fascinada pela área com equipamentos de impressão da gráfica Rotermund com prensa e tipos móveis <3
Meu eu designer ficou fascinada pela área com equipamentos de impressão da gráfica Rotermund com prensa e tipos móveis <3

Porto Alegre

Eu sempre vi de longe a pluralidade cultural de Porto Alegre, muitos eventos rolavam por aqui, mas a distância não ajudava, então nesse mês foi o momento de botar em dia essa velha vontade de explorar as terras porto alegrenses.

Começando pelo mais incomum: garimpos. Eu amo garimpar, em cada nova cidade que chegamos eu busco pelas feiras do rolo, antiguidades, brechós e sebos (brinco que preciso suprir a necessidade ancestral de coleta de tempos em tempo). E Porto Alegre é um prato cheio para os colecionistas de plantão, então lá vai uma breve lista dos garimpos que fomos esse mês.

Feira da Redenção

Aos domingos das 9:00h às 15h ao lado do Parque Municipal da Redenção acontece a Brique da Redenção, a maior feirinha a céu aberto da cidade. Uma rua inteira é tomada por vendedores de antiguidades, livros, roupas e artes. É bem divertido e um excelente passeio de domingo por POA.

Parque da Redenção
Parque da Redenção

Caminho dos Antiquários e feira do rolo

Uma área do centro histórico de Porto Alegre é inteiramente dedicada aos antiquários e sebos. Aos sábados na praça ainda ocorre uma feira do rolo, com vendedores com os mais diversos itens, velharias e cacarecos. Por mais que eu goste das lojas “oficiais” de antiguidade, devo admitir que a feira do rolo sempre me chama mais atenção, panos no chão com itens dos mais variados, quebrados, esquecidos de onde frequentemente desenterramos algumas joias.

Dessa vez sai de lá com a, ultimamente cobiçada, cybershot que achei em meio a outras bugigangas por R$40, em pleno funcionamento e flash estourado dos anos 2000. Não é das minhas câmeras mais desejadas, mas foi um achado e tanto e vai direto pra minha coleção.



Nesse dia paramos pra almoçar no simpático Mr.Chau Yakisoba, um restaurante com uma comida asiática divina, preços razoáveis e decoração diferentona.

Sebos

Nas minhas buscas por sebos e livrarias de POA cai nesse post abençoado do reddit com indicações, todos os endereços ficam em ruas próximas, o que nos rendeu um ótimo dia de caminhada pelo centro histórico e alguns espólios que vamos precisar despachar pelos correios.

Biblioteca municipal

Surpreendentemente a biblioteca municipal não estava na minha lista, chegamos lá durante a caminhada de livrarias e precisamos entrar, afinal, biblioteca. Simplesmente uma dos lugares mais lindos que já fui, apenas não é superada pelo Gabinete Real de Leitura do Rio de Janeiro, mas chega perto.

Todos os menores detalhes, desde o piso de madeira, as poltronas, o elevador, tudo é de uma beleza estonteante. Todas as paredes eram cobertas por pinturas a lá capela sistina, mas alguma gestão anterior completamente surtada decidiu cobrir os murais com tinta, atualmente a biblioteca passa por uma grande restauração na tentativa de recuperar os murais belíssimos pintados por um artista alemão.



Casa de Cultura Mario Quintana

É sempre maravilhoso ver prédios históricos sendo bem aproveitados, aqui um antigo hotel por onde já passou nomes como Mario Quintana e Elis Regina foi reestruturado pra abrigar uma das casas de cultura mais completas que já vi. Cada andar abriga uma exposição, restaurante, jardim, livraria e muita história. Cada mês traz uma nova programação com exposições, filmes, oficinas e eventos, no dia que fomos rolou uma feirinha de artistas e levamos muitos adesivos.


CCMQ
CCMQ

Mercado Municipal

Mercados municipais tendem a ser superfaturados, mas em geral são lugares muito bonitos. A regra aqui se aplica, o prédio é lindo, certamente conta muito da história de POA, mas é claramente turístico. Atravessamos a rua e comemos em uma pastelaria em frente enquanto um grupo improvisava um samba raiz na mesa ao lado, mas me rendi ao sorvete com morango e nata oferecido por um restaurante tradicional do mercadão.



Cinema do Capitólio

Outro hobbie que tenho ao chegar em novas cidades é buscar por cinemas de rua, e Porto Alegre tem diversas opções nesse sentido. O cine capitólio é um cinema público (!!) localizado no centro antigo da cidade, ele data de 1928 e é totalmente conservado, contando até mesmo com os projetores originais 35mm.



Consegui encaixar na nossa agenda dois filmes que estavam em cartaz, o primeiro Ed Wood do Tim Burton, como já disse por aqui eu amo a obra do Tim Burton e Ed Wood é um de seus filmes menos surtados. Ele a cine biografia de Edward James Wood, um diretor de cinema alternativo reconhecido como o “pior diretor de todos os tempos”, mas que posteriormente se tornou um icone cult junto a seu astro e melhor amigo Bella Lugosi.

O segundo filme foi Splendor, um filme italiano de 1989 que conta a história da decadência de um cinema de rua, esse em particular nos levou há um momento bastante irônico. O filme termina (e começa) com o fechamento do cinema em questão pela falta de público, porém quando saímos da sala o Cine Capitólio tinha uma fila imensa de jovens que foram assistir a reestreia de Saneamento Básico. Splendor conta a história de cinemas de rua do mundo inteiro, mas alguns ainda resistem ao tempo e se tornaram ícones culturais, principalmente através de iniciativas públicas de preservação histórica.

Passeio de barco pelo Guaíba

O rio Guaíba é não à toa o símbolo de Porto Alegre, sua orla conta com um parque linear que aos domingos é tomada por pessoas, bicicletas, patins, skates, cangas e muito chimarrão.

Diversas empresas oferecem passeios de barco que passam pela orla de Porto Alegre e por diversas ilhas. Nós pagamos R$25 com a Barco Porto Alegre 10 e foi bem divertido, o passeio leva cerca de 1 hora de duração e conta com uma narração (pra minha alegria pré-gravada) sobre a história da região.

Indico muito quem estiver por lá parar no final da tarde no parque da orla, principalmente durante a semana quando fica mais vazio, durante o Outono o pôr-do-sol é surreal de lindo.



Bônus: Festival Fronteiras

Durante a nossa estádia aconteceu a enorme coincidência de estar rolando o Festival Fronteiras, um congresso com uma série de palestras e conferências, mas que em 2025 pela primeira vez contou com diversos eventos gratuitos ao público.

Dentre eles pudemos ir no lançamento do novo livro do Dr. Dráuzio Varella O Sentido das Águas, consegui um autografo do Itamar Vieira Junior no maravilhoso Torto Arado (livro que comentei aqui no texto sobre Realismo Mágico) e fomos no show da Banda Dingo.

Eu já indiquei na Newsletter o álbum A Vida é uma Granada de 2022 da Dingo, uma banda de Porto Alegre a qual eu estou viciada desde o ano passado, por isso quando decidimos vir para cá eu estava torcendo, rezando, fazendo promessa pra eles marcarem um show durante a nossa estádia. Pois não só marcaram como foi um dos shows mais incríveis que já fui, gratuito, na praça central da cidade, com orquestra e uma enorme celebração da cultura daquele lugar.


Foi lindo <3
Foi lindo <3

Por isso sempre que visitarem novos lugares pesquisem além dos locais turísticos os eventos que a cidade recebe naquele período, pode tá rolando muita coisa boa.

Ivoti

Um passeio menos óbvio que descobrimos na nossa temporada por aqui foi a cidade de Ivoti. Uma cidade formada principalmente por imigrantes japoneses e italianos, que conta com um museu de imigração japonesa muito interessante, que uma vez por mês abriga uma feirinha de produtores locais.

Já fui em inúmeras feirinhas asiáticas em São Paulo, mas essa é realmente única. Enquanto outras focam em uma cultura industrializada, a feirinha de Ivoti é feita por imigrantes para imigrantes, por lá comprei uma garrafa de shoyo natural, um dos poucos produtores do Brasil, e muitas, muitas outras comidas.



Ao final do mês tivemos a sorte de irmos no Festival do Mel e Nata, esta que ocorre no “núcleo de casas enxaimel” uma parte da cidade com casinhas históricas que parecem ter saído de um conto de fada. Outro evento que comemos incrivelmente bem, onde produtores locais demonstram seus produtos ao vivo e com ótimos preços. Eu que o diga pois sai de lá com uma lata de waffer, um pote de favo de mel e uma roda de queijo, devo dizer que esse mês estivemos muito bem servidos.



Quem estiver por lá recomendo muito caminhar nos arredores. Esse é um hobbie pessoal, eu amo caminhar pelas estradas e ver no google maps pontos de interesse e Ivoti é um lugar lindo. Cruzamos o trajeto do memorial de cultura japonesa até a cidade cercado por montes e em outro dia fizemos o caminho entre Ivoti e Dois Irmãos a pé passando por fazendas e cachoeiras, cansativo, mas incrivelmente bonito.



Por último um passeio pouco usual que fizemos por aqui, para quem quiser ver a cidade de cima. Na divisa entre Sapucaia do Sul e Neópolis existe um local conhecido como Morro das Cabras, uma trilha curta dá acesso a uma vista panorâmica das cidades, é bem conhecido pelos locais e recomendo muito quem for visitar o sul.



Transporte

Eu não sei dirigir e uber é caro então eu praticamente só ando de ônibus, essa é a sessão onde falo um pouco de como se locomover de transporte público.

Porto Alegre, assim como a maioria das capitais, tem um bom sistema de transporte interno. Direto nas estações é possível adquirir um cartão SIM recarregável que dá direito ao ônibus e ao trem (trensub) com integração e um aplicativo onde recarregar o cartão. Na região metropolitana o cartão TEU faz a ligação do trem e ônibus.

A trensub conta com uma linha que vai do centro histórico (estação mercado) até Novo Hamburgo, quando fomos aos domingos ela passava por uma manutenção, então era necessário descer na estação Mathias Velho pra completar o trajeto até São Leopoldo onde nos hospedamos. Importante ficar atento aos horários de funcionamento e dias de manutenção.

Depois de Novo Hamburgo o transporte fica mais complicado, pra Ivoti por exemplo não conseguimos conexão pra fazer um bate volta de ônibus, as opções são bem limitadas, acabamos fazendo o trajeto de uber (e sim ficou caro, mas valeu a pena 🙃 ).

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Considerações

Primeiro, parabéns quem chegou aqui, sei que o texto foi longo, mas foi um mês intenso no mínimo, muito a dizer, mas nenhuma quantidade de palavras iria abranger a totalidade do vimos por aqui.

Acho engraçado perceber o as ideias intrínsecas que outros estados tem em relação ao sul, estamos viajando há 4 meses e não vi nada do que tanto se diz do preconceito sulista, fomos muito bem recebidos por onde passamos, não vi mais preconceito do que em qualquer outro lugar que visitamos no Brasil.

Essa mentalidade é tão arraigada que pouco se vê mochileiros por essas bandas, como se o Brasil real existisse apenas de São Paulo pra cima, quando na verdade enxergo tanto daquilo que nos faz brasileiros nessas bandas.

 

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