Um mês gelado no paraná
- favettagiovanna
- 6 de ago.
- 13 min de leitura

Essa é a série onde eu falo das minhas experiências nas cidades que passei vivendo como nômade. Não é um guia, nem um review, mas um pouco do que fiz no tempo que passei em cada lugar e minhas impressões sobre ele, além algumas dicas de sobrevivência.
Depois de um maio explorando terras gaúchas atravessamos dois estados e seguimos viagem em Curitiba durante o mês de junho.
Admito que conhecia muito pouco do Paraná antes de começar a viagem, porém as possibilidades culturais de Curitiba sempre me chamaram a atenção. Frequentemente via chamadas de exposições e eventos rolando por aqui e ficava com vontade de conhecer. Devo dizer que nesse ponto minhas expectativas foram e muito superadas.
Curitiba é uma cidade que respira cultura. Uma das primeiras coisas que notamos ao chegar na nossa hospedagem foi a presença de uma espécie de “farol” na esquina da rua. Pesquisando descobrimos se tratar de uma biblioteca, não apenas uma, mas um projeto chamado Farol do Saber que consiste em 53 bibliotecas espalhadas pela cidade, todas com o formato genial de um Farol, chamando atenção a quilômetros de distância.
Eu cresci frequentando a biblioteca do meu bairro e acredito que bibliotecas sejam a alma de um lugar. Infelizmente a maioria das cidades, principalmente menores, não possui uma biblioteca pública se quer, inclusive onde morávamos no litoral de São Paulo não tinha nada semelhante e fazia uma falta imensa. Por isso ver um projeto tão extensivo e criativo me deixou animada e positiva pra nossa estadia na cidade.
Em seguida a nossa chegada comecei minhas pesquisas sobre o que fazer na cidade e bom, a lista ficou enorme. A quantidade de eventos, museus e parques era surreal, a grande maioria gratuitos ou acessíveis, era tanta coisa que mesmo o nosso um mês de hospedagem pareceu pouco (e afinal não conseguimos terminar a lista, alguns ficaram de fora).
Pra organizar tudo isso eu criei uma lista no Google Maps que ajudou muito na logística. O que recomendo é planejar cada dia por áreas e conhecer o que há ao redor, ainda assim demorariam meses pra explorar a cidade a fundo e aproveitar com calma tudo que ela oferece.
A lista pode ser acessada por aqui: maps.app.goo.gl/tZiSLjvRbMTZKUn78

Curitiba carrega a fama de capital com melhor qualidade de vida e estando aqui consigo entender o que isso significa. Além o arcabouço cultural enorme a cidade conta com uma das melhores coberturas verdes do país por habitante. Isso se reflete nas caminhadas diárias, nos pássaros e na natureza inserida no cotidiano e é claro nas belíssimas e onipresentes araucárias.
Cada esquina, bairro e praça possui os chamados Bosques, áreas verdes, muitas vezes requeridas pela população, com trilhas, rios, parquinhos e bancos. Em um desses bosques no meio da cidade vimos moradores bebendo água de uma bica, uma cena totalmente surreal pra quem vem da periferia de São Paulo onde cada mínimo curso d'agua ou nascente se torna esgoto a céu aberto.
É verdade que São Paulo possui uma cena cultural extremamente rica, mas a título de comparação a cidade de São Paulo possui 11 milhões de habitantes, enquanto Curitiba conta com apenas 1,7 milhões. A cultura existente em São Paulo, embora rica, é voltada apenas pra uma parte de sua imensa população. As periferias onde a maior parte vive são grandes desertos culturais, contando com pouquíssimos parques e fábricas de cultura que não atendem a quantidade de moradores da região.
Com isso é mais fácil entender o que torna Curitiba uma referência em qualidade de vida. Seu imenso aparato cultural e áreas verdes abundantes abrangem a grande maioria de sua população. É claro que isso tem um preço, o custo de vida não é barato, mas ao menos isso é convertido em benefícios aos seus moradores, que tem acesso a uma infraestrutura que efetivamente trás mais qualidade de vida no cotidiano.
Outro ponto positivo e que difere muito de minha cidade natal é a presença da cultura paranista com araucárias e pinhões em decorações, roupas, museus e na culinária. Como mencionei no post sobre o Rio Grande do Sul, São Paulo é uma cidade valorização de sua história cultural*, por isso eu adoro ver lugares que valorizam e incorporam suas raízes históricas no avanço da cidade, tornando-a presente no dia a dia.
Como comentei, minha lista de lugares esse mês ficou imensa, por isso não vou falar sobre todos os locais que visitamos, mas vou fazer um breve resumo dos que mais curti e recomendo.
*Aqui me refiro a uma cultura abraçada e que fazem parte da cidade, não a culturas de resistência como o Samba e o Rap
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Transporte
Eu não sei dirigir e uber é caro então eu praticamente só ando de ônibus, essa é a sessão onde falo um pouco de como se locomover de transporte público.
Curitiba é uma referência de transporte por seu sistema de ônibus tubular. Sinceramente o sistema é tão complexo com os ônibus centrais, interbairros, tubulares etc, que mesmo com o nosso um mês de andanças não consegui entender totalmente como funcionava. Mas nos viramos bem com o Moovit e Maps, os horários eram pontuais e os ônibus passavam nos principais pontos da cidade.
O cartão de transporte de Curitiba é o URBS, ele funciona tanto nos ônibus comuns quanto nos tubos, o carregamento tem diversos pontos pela cidade, sendo a maioria bancas de jornal espalhadas pelo centro. Os ônibus também aceitam cartão de débito diretamente na catraca com uma taxa de R$0,13. Todos os sistemas que carreguei o cartão de transporte (via app ou presencial) houve o pagamento de uma taxa, então o uso do bilhete acaba sendo um tanto redundante dependendo do caso.
O único revés do transporte em Curitiba é o preço, atualmente R$6 a passagem. Existem algumas opções de integração como no caso dos terminais de transporte, mas dependendo do caminho é possível acabar pagando R$12 por trajeto. Em muitos casos um Uber vale mais a pena.
Aos turistas existe a opção do transporte turístico, um ônibus especial de dois andares que faz um tour pelos principais pontos da cidade, ele custa R$50 e você sobe e desce várias vezes. Eu não achei que vale a pena, a fila de embarque na rua 24 horas é imensa e o transporte comum funciona bem no geral.
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Feira do Largo da Ordem (ou feira da praça do cavalo babão)
O primeiro lugar que visitamos foi a feira mais tradicional da cidade. Acontece todos os domingos no Largo da Ordem no centro entre 9h e 15h. Ela se estende com dezenas de bancas por várias ruas, com vendedores de artesanatos, antiguidades e bancas de comida.
Primeiro preciso dizer que a feira é imensa, por isso vá cedo. Chegamos 10h, andamos muito e não conseguimos ver tudo. A variedade de bancas e vendedores é muito legal, basicamente uma feirinha da praça da república com esteroides, tem um pouco de tudo e é difícil sair de mãos vazias.
Recomendo o pastel de pinhão, é caro e com fila, mas vale a pena pelo formato maravilhoso de pinhão e é sim delicioso. Certamente cumpre os requisitos mencionados no post de economia de viagem sobre comer fora ✓diferente ✓não tem como fazer em casa.

Cine Passeio
Seguindo meu roteiro pelos cinemas de rua de cada cidade Curitiba tem um ótimo representante da categoria. O Cine Passeio é uma parceria entre a Prefeitura Municipal, a Fundação Cultural de Curitiba e o Instituto Curitiba de Arte e Cultura. Ele conta com três salas bem equipadas e um café simpático no térreo.
Embora o espaço não tenha a pompa de um cinema histórico, certamente não deixa a desejar, sendo eleito um dos cinemas mais legais do mundo. Quando fomos estava consideravelmente cheio com sessões lotadas de Homem com H, é sempre reconfortante ver espaços culturais bem frequentados.
Nossa visita coincidiu com a estreia do Esquema Fenício, eu sou apaixonada pela obra do Wes Anderson e é uma feliz coincidência poder assistir a seus filmes no cinema😊
Memorial de Curitiba
Vou colocar em seguida três museus com nomes parecidos, mas que são locais diferentes, e todos valem a visita.
O Memorial de Curitiba fica no centro, na rua que acontece a feira da ordem. Tem uma arquitetura belíssima, com formato de pinhão decorando cada detalhe.
Cada andar possui uma exposição, algumas são rotativas outras fixas, como os que contam a história da cidade. Indo até o terraço é possível ter uma vista aérea muito bonita da cidade.

Museu Paranaense
Seguindo a mesma rua temos o Museu Paranaense, ele é maior por dentro do que aparenta no exterior, por isso recomendo ir com tempo de explorar.
Foi uma grata surpresa que tivemos a enorme coleção de artefatos indígenas que esse museu abriga, desde armas a decorações, pinturas e máscaras. A coleção é imensa, tudo bem contextualizado e muito conservado, vários itens difíceis de encontrar informações online e raros em ótimo estado.
Grande parte dos museus históricos das cidades renega e apaga a existência indígena, tratando até mesmo como “selvagens em guerra com colonizadores” (sim museu de São Leopoldo, estou falando com você).
Então ver a valorização desses povos nesse tipo de espaço é, embora um ato pequeno frente ao imenso apagamento, certamente um motivo de comemoração e que deve ser apreciado.

Memorial Paranista
Este fica localizado no Parque São Lourenço, um pouco afastado do centro, mas próximo onde ficamos hospedados. Recomendo estender a visita a Ópera de Arame e Parque Tanguá.
O espaço é uma homenagem ao escultor João Turim, escultor e um dos precursores do Paranismo, movimento que buscava a valorização da flora e fauna paranaense.
As esculturas por si só são fantásticas, Turim era um apreciador dos indígenas que são frequentemente retratados em suas obras, tema pouco comum a artistas renomados.
Porém, recomendo uma atenção especial aos rascunhos do artista. Utilizados principalmente como estudo para obras futuras seus rascunhos possuem um “acting” fantástico, ou seja, a forma como ele captura movimento usando poucas linhas em seus desenhos é extremamente precisa. Eu diria uma aula pra quem desenha ou se interessa pelo tema.
O espaço também conta com uma oficina interessantíssima de escultura, onde é possível observar a produção de grandes peças e entender como funciona esse processo complexo.

Parque Tanguá
Uma das melhores vistas da cidade certamente é a do Parque Tanguá.
O parque se divide entre um imenso “pátio” superior com um lago e um mirante belíssimo e uma área inferior onde é possível observar uma cachoeira imensa e caminhar entre as capivaras.
Recomendo ir ao pôr do sol, se possível em um dia limpo, ele se estende no horizonte da cidade e o mirante permite uma vista panorâmica. Em dias de semana o local fica bem mais vazio.

Ópera de Arame
Hà algumas ruas de distância do Tanguá o teatro Ópera de Arame se localiza no Parque da Pedreira Jaime Lerner.
Um dos principais cartões postais da cidade supera meu preconceito com pontos turísticos, certamente um dos teatros mais incríveis que já entrei. A estrutura de metal é rodeada por um belíssimo bosque nas encostas de uma pedreira e banhado por um lago.
No centro do lago um palco flutuante apresenta o “Vale da Música “ um festival permanente onde músicos instrumentais se apresentam todos os dias. Pra quem gosta de restaurantes chiques o mês de julho/2025 inaugura um complexo gastronômico nas dependências do parque.
O Parque da Pedreira é uma das poucas atrações de Curitiba que cobra ingresso, por R$15 a inteira. Esse valor dá acesso as apresentações dos músicos, por isso recomendo checar a programação e escolher um horário que as performances estejam acontecendo.

Na saída tem uma lojinha com produção de artesões locais muito boa. Assim que entramos eu bati o olho em uma pelúcia de Guará e me apaixonei perdidamente.

Bosque Alemão
Um dos inúmeros bosques que compõem a cidade, o Bosque Alemão é tido como atrativo turístico por, além sua bela natureza, construções que celebram a cultura alemã como uma Igreja de madeira de 1938 e o caminho João e Maria.
Andando pelo parque seguimos uma trilha com placas acompanhando o (conto dos irmãos Grimm até a “Casa da Bruxa”, uma construção em estilo Enxaimel onde funciona uma biblioteca infantil com contação de histórias.

Bosque Zaninelli/Escola de Sustentabilidade
Algumas ruas acima temos outro Bosque, mas esse além a trilha entre as árvores abriga a Escola Municipal de Sustentabilidade.
Uma coisa que gostei em Curitiba é a constante presença dos paredões das pedreiras. É muito peculiar estar andando no meio da cidade, entrar em um bosque e se deparar com um gigantesco paredão de pedras. No Bosque Zanielli temos uma vista magnífica de um desses paredões, com um lago ao redor.
Quando eu falo “Escola de Sustentabilidade “ é de se imaginar um prédio com salas de aula, mas aqui a escola funciona em um enorme complexo de salas em meio a floresta, com uma plataforma de madeira que de integra ao ambiente e sobe a pedreira.
Ficamos maravilhados com essa estrutura, o local é utilizado como educação ambiental para escolas municipais e só consigo imaginar o quão incrível deve ser ter aulas ali. É o tipo de lugar que gera um misto de estupefação e indignação por pensar que o dinheiro público pode ser usado pra algo tão fantástico e ao mesmo tempo lembrar que normalmente ele não é.

Jardim Botânico
E chegamos ao cartão postal da cidade. Diferentemente da Opera de Arame o Jardim Botânico infelizmente não superou meu preconceito turístico. Nós adoramos visitar Jardins Botânicos no geral, sempre que a cidade possuí um tentamos colocar na nossa lista. Um bom exemplo, que me surpreendeu positivamente embora também seja um grande ponto turístico, foi o do Rio de Janeiro com seus caminhos projetados por Burle Marx (quando fomos o ingresso ainda custava R$18, não posso afirmar que vale tanto a pena com R$80 na entrada).
Enquanto isso o exemplar de Curitiba é certamente um jardim, mas o botânico talvez fique de fora. A clássica estufa de metal que estampa os cartões postais da cidade é realmente muito bonita, mas seus arredores são loteados por um imenso gramado. Beira a ironia como toda a cidade é lotada de Araucárias e bosques, mas que seu principal ponto turístico seja um gigantesco campo de golfe. Consegui ver mais espécies na enorme floricultura da esquina da nossa rua do que no Jardim Botânico.
Sendo justa, existem sim áreas com jardins, porém são poucas as espécies e grande parte composto por não nativas. A última coisa que quero ver em um jardim botânico são enormes canteiros de Maria-sem-vergonha (que aliás não é brasileira).
Junte isso a uma IMENSA massa de turistas havidos pela foto do ângulo perfeito pra postar no Instagram e temos um combo do ponto turístico decepcionante.

Curitiba é o paraíso do garimpo
Esse talvez seja um tópico muito particular, mas eu amo um garimpo. Algumas pessoas me alertaram que Curitiba era maravilhoso pra garimpar e eu simplesmente não estava preparada.
As ruas do centro são abarrotadas de Brechós, Sebos e lojas de antiguidades. Tiramos um dia pra garimpar, mas ainda assim muita coisa ficou de fora.
Felizmente depois de Curitiba passamos em São Paulo onde despachamos varias bugigangas, porque (talvez) compramos coisas demais.
Vários vestidos lindíssimos da Antix (minha marca favorita), casacos, um relógio de parede, moldura antiga que achamos na rua, a lista é longa e não me arrependo de nada.

Passeio de trem Curitiba – Morretes
Eu tenho uma lista de passeios de trem que ainda estão ativos no Brasil e eu gostaria muito de ir (graças ao Juscelino Kubitschek não são muitos). Destes o de Curitiba a Morretes certamente estava entre os primeiros.
Nas minhas pesquisas vi comentários dizendo que o passeio (vendido como “descer de trem à Morretes pra comer barreado) não valia a pena e era apenas um golpe pra turistas.
Bom, se for fazer o passeio através de uma agência gastando no mínimo R$200 de passagem (classe econômica), R$150 no barreado e ficando em uma pousada chique realmente não vale. Mas aqui eu amo uma barganha e fujo de agências turísticas feito o diabo da cruz, então nossos gastos foram bem mais modestos.
A passagem saiu R$60 por pessoa. No site da Serra Verde Express não aparece essa opção, mas comprando direto na bilheteria, que fica atrás da rodoviária, existe uma opção “ultra econômica” do trem. Nela você vai em um vagão simples, sem a pompa dos bancos de couro instagramavel dos outros vagões, mas no geral a experiência é a mesma.
Um guia explica sobre o trajeto e aponta os pontos turísticos (eu preferia ir sem guia, mas tem quem goste), a vista é a mesma e por alguma razão na chegada o vagão ultra econômico desembarca primeiro na estação. Recomendo levar um lanche e bebidas pra fazer um picnic no trem, pois a viagem dura em torno de 4h (que passam muito rápido).
No dia que fomos pegamos muita neblina na serra, muitos passageiros ficaram decepcionados por não verem os pontos chave do passeio, mas eu particularmente adorei, sensação de andar nas nuvens, parecia termos entrado em algum filme do Ghibli.

Chegando em Morretes os restaurantes são realmente caros, ainda assim existem opções mais em conta. Fomos no Casario no centro da cidade, pagamos R$45 no Buffet livre, pro meu bolso ainda é um pouco caro, mas comemos extremamente bem. Eu não sou fã, mas o Mayke amou o Barreado, repetiu umas três vezes, da minha parte provei uma das melhores sobremesas que já comi, doce de abóbora em calda com pavê de abacaxi, surreal de bom.
Pagamos R$230 em uma diária no centro da cidade com café da manhã. No dia seguinte saímos cedo em direção a Antonina, na rodoviária um ônibus faz o trajeto em diversos horários por R$11.
Antonina é uma pequena cidade localizada em uma baia no litoral paranaense. Na chegada fiquei maravilhada com a presença dos Guarás que caçam comida nos mangues, tinha esperanças de ver alguns, mas a quantidade e proximidade foi uma grata surpresa.
Antonina é muito bonita, mas sinceramente falta um pouco de infraestrutura. Quando fomos acontecia um evento de carros antigos, mas ainda assim grande parte dos restaurantes, lojinhas e museus estava fechado, estranho pra um lugar turístico, talvez a cidade realmente fique movimentada apenas durante o verão.
Por R$25 é possível fazer um breve passeio de Catamarã na orla da cidade. É um trajeto curto, mas muito bonito, recomendo principalmente pra quem gostar de observar pássaros.

E assim terminamos nosso bate e volta, voltamos de ônibus a Curitiba pra passar a última semana na cidade.
Eu adorei o passeio, vi que a região possuí diversos parques e trilhas que fiquei morrendo de vontade de ir. Algum dia queremos voltar com mais tempo, fazer o trajeto de trem em um dia ensolarado e explorar o Pico do Marumbi.
Realmente não acho que valha a pena pagando a fortuna que as agências cobram, com esse valor é possível ir a lugares mais interessantes, mas no modo econômico é certamente muito divertido.
Algumas dicas aleatórias
Se for possível comprem a passagem com antecedência, pois dependendo da época esgota semanas antes.
Fique atento que na opção Ultra econômica o banco não vira, o que significa que caso queira subir de Morretes a Curitiba acabaria viajando de costas, então nesse caso descer de Curitiba a Morretes é mais interessante
Se conseguir vá na sexta feira, o número de turistas tende a ser menor que no final de semana
O lado ideal pra quem vai de Curitiba sentido Morretes é o esquerdo, pois tem mais atrações no trajeto. Porém, a passagem não permite escolha antecipada de assento, gerando um número automático. Mais um bom motivo pra tentar ir sextas feira e ter a opção de mudar de lugar depois da partida do trem.
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Considerações
E com esse mês tremendamente corrido em Curitiba terminamos a primeira parte do Mochilão, onde viajamos o sul do Brasil.
Totalizamos quase 6 meses de viagem, nesse tempo ficamos em 8 hospedagens, passamos por 9 cidades e compramos muitos cacarecos pelo caminho. Tirei um certificado de mergulho, voei de balão, conheci cânions, falésias e fui em inúmeros museus pelo caminho.
Esse começo do mochilão foi de muito aprendizado. Viver viajando exige um enorme planejamento e uma quantidade razoável de crises de ansiedade.
Voltamos pra nossa uma semana organizacional em São Paulo conhecendo o Brasil de uma forma muito mais profunda do que quando saímos. É surreal o quanto o brasileiro desconhece o próprio pais, a região sul que não tem o hype turístico do nordeste é completamente ignorada pelo restante do pais e bem, depois de 6 meses posso afirmar com propriedade que eles não fazem ideia do que estão perdendo.
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